terça-feira, 2 de abril de 2013

O eterno conflito entre vida pessoal e vida profissional

Um dos grandes desafios dos profissionais inseridos no mundo do trabalho neste novo milênio, independentemente de gênero ou de profissão, é ter e manter a qualidade de vida. Todos buscam por esta qualidade, cada um à sua maneira. Porém, um dos maiores enigmas para quem tem uma carreira é justamente a ideia de separar a vida pessoal da profissional.

Entrar no escritório, trabalhar e ao fim do dia ir para casa e viver uma vida plena e feliz junto à família é o sonho de consumo de qualquer profissional. Para os trabalhadores, no entanto, que não são super-homens ou super-mulheres, conciliar suas atividades profissionais com o tempo livre está longe de ser uma tarefa simples a ser conquistada. O ideal é que não devemos levar problemas de casa para o trabalho e vice versa. Esta prática é necessária e imprescindível, porém será uma realidade? Aparentemente parece impossível e também inviável, ainda mais no momento em que vivemos, no qual as empresas estão atentas aos seus funcionários em todos os sentidos.

Haja vista inclusive o monitoramento dos funcionários nas redes sociais e o acesso deles a sites nos computadores da empresa. Segundo especialistas, o trabalho interferiu de tal forma na vida do indivíduo que o perfil do profissional mudou. O trabalhador atual passa a ser muito mais requisitado, e em contrapartida, dedica menos tempo às suas atividades de lazer e família.

No passado, por mais que se tivessem pendências a serem resolvidas, nada poderia ser feito fora do escritório, da fábrica ou de qualquer outro ambiente de trabalho. Há muito tempo a vida profissional deixou de se resumir a oito horas diárias de trabalho no escritório e passou a exigir dedicação em tempo real. Com o avanço tecnológico, o profissional não se desconecta das questões do seu dia a dia e assim chega a trabalhar 24 horas.

Dentre os fatores que contribuíram para a existência de certa confusão entre o trabalho e a vida pessoal, estão a globalização e o avanço das comunicações em função da tecnologia, fazendo os valores profissionais tomarem mais espaço na vida das pessoas (ROBBINS, 2009, p14).

Assim, exige-se cada vez mais dedicação e empenho dos profissionais. As pendências de trabalho deixaram de pairar como uma névoa para realmente tomar conta da vida das pessoas. Hoje, o trabalhador não entra às oito da manhã e sai às seis da tarde. E mesmo que isso ocorra, ele tem ferramentas como o notebook e o celular que o acompanham onde ele estiver. Assim, não há um desligamento entre o profissional e o pessoal. O profissional moderno se depara cotidianamente com inúmeros desafios que consomem muito além das suas horas efetivamente contratadas e remuneradas no ambiente de trabalho. Assim ele vai se alienando e vivendo num universo paralelo.

Hoje, é comum vermos a figura do workaholic (expressão americana que teve origem na palavra alcoholic (alcoólatra) e serve para designar uma pessoa viciada, não em álcool, mas, em trabalho). As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, no entanto, nos últimos tempos acentuou-se sua existência motivada pela alta competitividade, pela vaidade, ambição, necessidade de sobrevivência ou ainda por alguma necessidade pessoal de provar algo a alguém ou a si mesmo.

O mais importante a se levar em conta é o equilíbrio que deve existir entre vida pessoal e vida profissional. O trabalho e o lazer devem caminhar na mesma direção. A vida não pode ser só trabalho. É necessário ter descontração para o bem-estar psicológico e emocional do indivíduo. Devemos sempre lembrar que a base para ser uma pessoa bem sucedida na vida é o tripé entre trabalho, família e saúde.

O equilíbrio desses pontos resulta em uma pessoa plena e feliz, satisfeita com o que faz e preparada para melhor enfrentar os inúmeros desafios que a vida impõe.

O profissional atual trabalha muito e colhe bons frutos de seu trabalho, como bons salários, benefícios, reconhecimentos da empresa, dentre outros itens que podem ser comprados. Porém, a felicidade não se compra. O salário normalmente traz conforto para a família.

Mas, o principal e, mais simples, é esquecido: a presença. A família e principalmente os filhos querem o pai e/ou a mãe presentes no seu dia a dia, participando das atividades em conjunto, para que possam estar seguros e ter boa base para crescerem fortes e formarem futuramente, famílias bem estruturadas. Lembrando sempre que a base da sociedade sempre será a família.