quarta-feira, 3 de julho de 2013

Marketing pessoal: como fazer esse cara ser você?

Fazer seu marketing pessoal – não tenha dúvidas – é muito importante. “Todo profissional deve trabalhar sua imagem, sua postura, sua conduta, porque é isso que vai fazer com que ele seja indicado, recomendado”, garante especialista. Mas há grandes chances de as coisas não darem certo.
Simão Mairins

Dizer que é “o cara” funcionou muito bem para o cantor, compositor (e rei) Roberto Carlos. Graças a sua prepotente canção “Esse cara sou eu”, ele conseguiu vender 1,5 milhão de cópias de um CD com quatro músicas, teve 500 mil downloads na iTunes e, obviamente, está ganhando uma boa grana com tudo isso. Nem sempre, entretanto, ser avalista de si mesmo dá certo.

Fora do mundo imaginário da poesia feita para derreter mulheres sonhadoras à espera de alguém que abra a porta do carro quando elas vêm vindo, esse tipo de postura pega mal. Além disso, a menos que você já tenha vendido mais de 100 milhões de discos, cantado para o papa e conseguido a façanha de fazer com que seu trabalho seja bem recebido em todos os lugares, ninguém vai dar muito crédito ao simples fato de você dizer que é alguma coisa.

Fazer seu marketing pessoal – não tenha dúvidas – é importante (bem importante!). Como ressalta o professor André Ortiz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), “todo profissional deve trabalhar sua imagem, sua postura, sua conduta, porque é isso que vai fazer com que ele seja indicado, recomendado”. Mas, bancando o Ciro Bottini de si mesmo, como se sua carreira fosse uma câmera digital à venda no Shoptime, há grandes chances de as coisas não darem certo, de acordo com o que explica André.

“Quando se fala em marketing pessoal, as pessoas associam muito à imagem. Mas não é só isso. É, principalmente, a forma como você é lembrado pelas outras pessoas, o seu posicionamento. Existe uma falácia de que numa entrevista de emprego você deve dizer o que o entrevistador quer ouvir. Mas, na verdade, o que você tem que fazer é passar confiança. O entrevistador quer ver a marca registrada daquela pessoa”, ressalta o professor, que elencou cinco dicas que vão ajudar você a fazer um bom marketing pessoal.

1 – Comunique-se bem

Para fazer com que sua marca seja vista e reconhecida, você tem que se comunicar. Isso não significa, entretanto, que você deve passar o dia fazendo ligações, postando coisas no Facebook e interagir em todas as ocasiões com outros profissionais só para mostrar ao mundo que você existe e sabe fazer alguma coisa. “O bom comunicador não é o que fala muito, mas o que consegue ser bem compreendido”, destaca André Ortiz. Nesse sentido, procure trabalhar sua capacidade de discutir boas ideias, observando sempre os momentos mais oportunos. Procure, também, se tornar uma boa referência na área em que atua e conquiste boas avaliações dos seus stakeholders.

2 – Tenha uma postura profissional

Não adiantar bancar o piadista do escritório para conquistar a simpatia dos colegas e não conseguir mandar bem em suas responsabilidades. Além disso, para algumas funções, certos tipos de postura não são convenientes. “Às vezes, aquele brincalhão não é promovido mesmo sendo um bom profissional, porque não tem a postura exigida para o cargo”, ressalta André. Nesse ponto, não há fórmula pronta. O ideal é observar seu mercado, avaliar suas pretensões e procurar agir de forma condizente com o que almeja.

3 – Sim, é importante cuidar da aparência

Se você estiver pensando em ser vendedor ou vendedora da Chilli Beans, é melhor deixar o terno no guarda-roupas mesmo. Por outro lado, é melhor caprichar na beca quando for tentar ser sócio de Eike Batista. “A pessoa elegante é aquela que se veste bem no lugar pertinente, usa a vestimenta apropriada ao trabalho”, destaca o professor André Ortiz.

4 – Seja a fonte de novas (e boas) ideias

De nada adianta fazer a propaganda se o produto não for bom: o cliente compra na primeira vez e não volta nunca mais. Provar que é tão competente quanto divulgou ser é fundamental. “O bom profissional leva novas ideias para a empresa, faz acontecer, é um intraempreendedor, busca resultados, não é o que fica só reclamando. Quando existir um problema, apresente a solução”, recomenda André.

5 – Seja humilde

Apesar do pedantismo de seu eu lírico dizendo às mulheres que é o cara, Roberto Carlos não se concedeu o título de ‘Rei’; conquistou-o. Por isso, não tente bancar o Romero Britto (um pintor brasileiro que fala com sotaque americano e quer que o mundo acredite que ele é o novo Picasso). “Prove sua capacidade primeiro. Construa sua carreira passo a passo. Reconheça que você é um eterno aprendiz”, sugere Ortiz.

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