segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Prédio inteligente garante eficiência de áreas comuns

Investimento em automação permite que empreendimentos monitorem consumo condominial e regulem seu funcionamento
Mais do que mordomias, os sistemas de automação predial são muito úteis para os condomínios no quesito eficiência. Em graus diversos, a tecnologia empregada pode permitir amplo monitoramento das áreas comuns e até controles de performance que fazem a diferença no orçamento mensal.
Os custos e as necessidades de cada empreendimento colocam limites aos projetos. Em uma ponta, os corporativos de alto padrão merecem a condição de prédios verdadeiramente inteligentes.Na outra, os residenciais poderiam receber a alcunha de edificações perspicazes, mais simples do que seus similares executivos, mas, nem de longe, ineficazes.
No geral, os sistemas de automação nos edifícios são baseados no acompanhamento de consumo e no gerenciamento das instalações na área comum, além de circuitos fechados de televisão, colocação de cabos para telecomunicações, mecanismos de controle de acesso e automação interna. Toda essa estrutura geralmente fica reunida em uma sala de controle.
“Lá está todo o cérebro do prédio”, resume o engenheiro de telecomunicações Gustavo Vinícius da Silva Martins, da empresa Voip-Comm, especializada na instalação e na operação da infraestrutura tecnológica nas edificações prediais.
Esse ambiente, muitas vezes blindado, abriga a central de segurança,que é capaz programar perfis de usuários e controlar a circulação das pessoas pelas áreas comuns do edifício, que são cheias de dispositivos de controle de acesso como sensores para leitura biométrica ou de aparelhos com liberação mediante cartão ou senha.
Há também computadores com softwares aptos a verificar remotamente o nível dos reservatórios de água, o funcionamento do sistema de ar-condicionado e dos pontos de iluminação–eventualmente, esses fatores também podem ser controlados de dentro da sala. Versões mais sofisticadas dos programas podem detectar vazamentos nas tubulações ou especificar pontos de incêndio em algum ponto do prédio.
De acordo com o diretor de construção da incorporadora Brookfield, Ricardo Fontoura, os edifícios corporativos AAA – caso, por exemplo, do Brookfield Towers, que será construído pela empresa na Marginal Pinheiros – possuem os sistemas de automação como regra, em geral com versões completas.
“O volume de pessoas em circulação é muito mais intenso do que em um residencial, e as áreas comuns são grandes, muitas vezes cheias de telões, com iluminação de fachada.” Ele destaca como um dos cuidados mais relevantes nesse tipo de empreendimento o gerenciamentodo ar-condicionado, responsável por grande parte do consumo de energia mensal.
Empreendimentos desse nível, como o Alvino Slaviero, da incorporadora Brasilincorp, possuem ainda o chamado CFTV com câmeras de alta definição para a monitoria dos espaços compartilhados. “Alguns edifícios ainda usam cameras analógicas. Acreditamos que nossa opção,um pouco mais cara, faça com que o prédio fique atualizado por mais tempo”, acredita o diretor executivo da companhia, Murilo Cerdeira.
Ele define os prédios com automação como organismos vivos e dá um exemplo da aplicação do sistema. “É possível programar a irrigação dos jardins em alguns horários. E, se chover, há sensores que podem interromper a rega”, explica.
Normalmente, os residenciais possuem mecanismos somente para acompanhar os consumos de água e energia,controlar o acesso das pessoas pelos espaços coletivos, estabelecer circuitos fechados de TV, sensores localizados de incêndio e instrumentos de vigilância no perímetro dos condomínios.
Algumas empresas responsáveis por produtos imobiliários voltados ao alto luxo, como a Porte Construtora, adotam soluções mais sofisticadas. Nos empreendimentos da companhia, caso do Emiliano Anália Franco e do Katherine Anália Franco, foi utilizado cabeamento de fibra ótica na estrutura dos edifícios. A medida vai permitiraltaperformancede transmissão de dados.
Cada apartamento tem ainda um mecanismo de telefonia com tecnologia IP que permite a abertura de até 16 ramais. “A pessoa pode colocar pontos inclusive no tablet e no computador. Se fizer uma ligação, vai pagar como se fosse local. É o sistema voip”, diz o engenheiro Josenei Spinelli, da área de novas tecnologias da Porte.
Fonte: Estado de São Paulo

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